PRESENTES PARA O ANIVERSARIANTE
Ando pelas calçadas de minha cidade, em véspera de natal,
Não é das maiores metrópoles do Mundo, mas é sem igual
Para mim. Palco onde encenei todos os atos de minha vida;
Certo será o palco do meu último ato: o da Grande Partida.
Como de muitas outras vezes, por suas ruas perambulando,
A mente divagando, o coração palpitando, vou absorvendo
Energias da multidão, sua emoção: um poema em gestação.
Hoje, como nunca, a cidade está viva, nervosa, muito ativa.
Ergo a cabeça por sobre a multidão, num olhar panorâmico,
Vejo cabeças num movimento sincronizado: como um bailado.
Abaixo a cabeça, vejo pernas num movimento descompassado:
Num vaivém ora frenético ora patético ora com passo atlético.
Move-se a grei humana ora num vaivém sincronizado, mecânico
Ora as pernas transadas pelas calçadas, o movimento é cômico.
Nas lojas, num frenesi crescente, entra e sai todo tipo de gente.
No leito das ruas, máquinas potentes, motoristas impacientes,
Impotentes, imploram aos céus por um estacionamento urgente.
Comove-me a lufa-lufa deste atrapalhado formigueiro humano,
Que corre para comemorar o aniversário de famoso Nazareno
Que, quando esteve neste plano terreno, com seu olhar sereno,
Falou e exemplificou o amor fraterno e o perdão incondicional;
Porém, esta mesma humanidade que hoje lhe faz festividade,
Com extrema crueldade, covarde, rejeitou-O em nome mal.
Surpresas & Suspiros Poéticos
Manoel