moda de viola
a poesia de estarmos juntos
achando que um sem o outro não vive
de estarmos dormindo em camas separadas
achando que até a voz do outro o inibe
e que não adianta mais nada
a poesia é a moda de viola
que permeia uma paixão
mas é também a que se entoa
no ódio, no rancor, na desunião
entre aqueles uma vez tão unidos
é a moda de viola da Escola
de Samba Unidos da Reflexão
a poesia canta tudo o que ela vê
socorre o açaí, resgata o FeNeMê,
e se desloca vagarosamente
e sem pressa como o jabuti,
reunindo tudo o que encontra no chão
desde o que é ruim ou o que não,
e num tá bão?
aí a tartaruguinha pára num botequim,
mas não pede um chopp, ou uma branquinha
é só pra olhar pro garçom