Dia da morte

Quando soar no tempo o instante fulminante

e minha presença já não for mais necessária

não quero ouvir por mim discursos e reclames

nem falsos olhos ver por mim verterem lágrimas

Quando cessar sob este céu meu passo errante

minha alegria deixo sobre o chão da estrada

como herança, meu sorriso em teu semblante

meu desalento recomposto em serenatas

Tal como o sol que se põe calmo no horizonte

desejo a fonte dos crepúsculos imortais

e uma brisa leve que carregue ao mar distante

a dor cortante que penei nos meus umbrais

Deixe eu sentir toda a beleza rutilante

do rebentar da aurora ao fim da madrugada

quero cravar na alma a força desse instante

e despertar sob uma nova alvorada!

Caio Vitor Lima
Enviado por Caio Vitor Lima em 10/12/2011
Código do texto: T3382051