Dia da morte
Quando soar no tempo o instante fulminante
e minha presença já não for mais necessária
não quero ouvir por mim discursos e reclames
nem falsos olhos ver por mim verterem lágrimas
Quando cessar sob este céu meu passo errante
minha alegria deixo sobre o chão da estrada
como herança, meu sorriso em teu semblante
meu desalento recomposto em serenatas
Tal como o sol que se põe calmo no horizonte
desejo a fonte dos crepúsculos imortais
e uma brisa leve que carregue ao mar distante
a dor cortante que penei nos meus umbrais
Deixe eu sentir toda a beleza rutilante
do rebentar da aurora ao fim da madrugada
quero cravar na alma a força desse instante
e despertar sob uma nova alvorada!