Acordar

A cama não era mais boa, não era confortável estar nela

Nenhum pensamento me prendia

Pensava em tudo e nada me apetecia

Então levantei-me e fui a janela

Abri a cortina mecanicamente

Vi que lá fora que havia ressonância para o meu desassossego

Vi os campos vazios

Mas não era um vazio qualquer

Era um vazio triste de inverno ou lugares ermos, sem gente

Nem mesmo os pássaros quero-quero

Meus infatigáveis companheiros

Que me despertam com suas gritas

E arroubos machistas, lá estavam,

Tampouco escutei o som dos marrecos madrugadeiros

Nem as vozes dos pássaros

Que sacodem as manhãs

Ainda mais desconcertado e distante fechei a janela

Percebi que aquele vazio, aquele silencio,

Vinham de ninguém mais, mas de dentro de mim

Por sorte, logo o sol despontou, trazendo no colo um novo dia

Um outro dia

Com outros pensamentos

Outras dores

Outros males!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 05/01/2007
Reeditado em 08/09/2020
Código do texto: T337202
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