Aflição

Ladram os cães, reverberam os homens

No famigerado da hora aflita

Contrita, a garganta aperta os solfejos que regurgitam

Os problemas mal dissolvidos que se acumulam

Bocas secam, marejam olhos, alteram-se feições

Ladram os cães, berram os homens no aflitivo cerco da vida

Caem as mordaças outrora duras e indefectíveis

Caem as certezas outrora dignificantes e evangelizadoras

Vai a vida incólume pelo dorso dos homens, seus reféns

Morrem as horas, morrem todos no insaciável do tempo

Que abrem as fendas intapáveis na alma

Ausência não preenchivel que avassala e move o mundo

Segue a vida turbulenta, seu doloroso corso

Enquanto o tempo vivido, cadáver insepulto

Escorre em nossas mãos clamando respostas

Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.

Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 05/01/2007
Reeditado em 19/11/2017
Código do texto: T337196
Classificação de conteúdo: seguro
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