Outr'alma

Oh, outr’alma!

Tantos dias tive

Sem ter contigo,

Mas cansa o trigo,

Ao não ver o joio transmutar.

Busquei em ti meu recreio, em anos;

Estive aberto aos sonhos,

Porém regressei.

Outr’alma, quantas experiências?

Para hoje ser senão a soma de todos os fatos.

Outr’alma, vil, tu, tantas vezes foste...

Hoje, vívida, a redimir-se sem as palavras,

Vejo-lhe, plácida, outr’alma,

A dizer que

Vidas, tantas, teve

Sem nunca, sequer, lhas notar.

O Espiritualista
Enviado por O Espiritualista em 27/11/2011
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