Outr'alma
Oh, outr’alma!
Tantos dias tive
Sem ter contigo,
Mas cansa o trigo,
Ao não ver o joio transmutar.
Busquei em ti meu recreio, em anos;
Estive aberto aos sonhos,
Porém regressei.
Outr’alma, quantas experiências?
Para hoje ser senão a soma de todos os fatos.
Outr’alma, vil, tu, tantas vezes foste...
Hoje, vívida, a redimir-se sem as palavras,
Vejo-lhe, plácida, outr’alma,
A dizer que
Vidas, tantas, teve
Sem nunca, sequer, lhas notar.