Vida vivida

Alguns são solos fecundos,

Palavras germinam

E o homem floresce.

E o que era sêmen,

Desaparece

Na morte que ressuscita

Para uma vida que santifica.

Outros se apegam demais

Ao útero que o acolhe,

E temem o novo nascer,

A promessa do ser,

De um futuro colhido na dor.

Dizem não ao divino convite,

Desprezando o seu próprio valor.

Amar não é opção,

É suprema necessidade,

É caminho de salvação,

Destranca as porteiras da alma,

Abre alas a felicidade.

Tal qual raio de sol

Em vidraça sem cortina,

O amor ilumina e aquece

O jardim que vazio padece.

Quem prefere se refugiar,

Corre o risco de ser prisioneiro,

Cativo das próprias escolhas.

Não se permitindo amar

Permanece a inútil semente

Não se ousando sacrificar

No intuito de ser diferente.

Morrerá sem ter descoberto

A beleza da vida vivida

Doada e consumida

Que na lei de ação-reação

Ser-lhe-ia retribuída.

Willian Mota Melo
Enviado por Willian Mota Melo em 04/01/2007
Código do texto: T335904