Adúltera

Ouvidos quase surdos

Sob os gritos de condenação.

De repente, apenas pedras,

Estaladas, caídas no chão.

Junto às máscaras de quem se ocultara

Sob o véu da hipocrisia.

E uma linda mulher,

Que outrora se deparara

Com olhares de corrupção.

Objeto que o mundo fizera

De desejos,

De quem não soubera

Que dentro daquele templo

Residira um coração.

Nesse instante seus olhos se cruzam

Com um homem de fala serena,

Pele do rosto queimada

Pelo sol, seu irmão de caminhos.

Uma luz a penetra profundo

Mostrando-lhe o raro valor,

Saciando a carência doída

De quem tanto buscou um amor.

E diante dos olhos do homem,

Recupera a inocência vendida.

O horizonte possível se abre

No perdão, recomeço da vida.

Julgou a si próprio, quem julgara.

Absolvida, quem pecara.

Willian Mota Melo
Enviado por Willian Mota Melo em 04/01/2007
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