Claridade





 
Deixa-me,  Amado,  que eu te veja uma única vez.
Que eu enxergue toda a tua luz,
como num raio que espouca no céu  tenebroso  de nossas vidas.
Deixa-me, Amado, ver tua luz !
Mesmo que fique, num instante, cego de tua Presença.
Este  pequeno raio de luz seria o meu guia seguro,
no caminhar dessa estrada sem fim, que é a vida.  
 
Aguardaria ansioso o estrondo do trovão de sua clarividência,
para que meus ouvidos moucos,
finalmente,  ouvissem a tua palavra,
enchendo-me o coração  de suavidade, ternura e compreensão.
Descortinando,   ao menos,  depois da cegueira momentânea,
meus semelhantes  desvalidos e oprimidos deste mundo.
E que me fosse permitido  tomar do cálice do teu vinho,
ao menos  uma gota do  teu imorredouro amor.