Consciência

Por que nos deste Senhor a Consciência?

A Consciência de que somos livres, embora presos a um corpo frágil, infame e perecível?

A Consciência de que somos eternos, embora limitados a um espaço de tempo finito e de duração desconhecida?

A Consciência dos nossos próprios sentimentos, se eles são para nós como os próprios fenômenos naturais, que não se deixam dominar ou prever?

A Consciência de que existimos, se por tantas vezes sentimo-nos esquecidos, como que invisíveis, inúteis e sem valor?

A Consciência de que somos Tua imagem e semelhança, se ainda nem mesmo alcançamos a dimensão da estrutura da existência humana?

A Consciência do sofrimento( o nosso e o alheio), se não somos capazes de nos resignar com ele, de aprender com ele, e de superá-lo, sem que para isto advenha um trauma simplesmente insondável?

A Consciência da fé, da esperança, e do amor, se a fé por tantas vezes é circunstancial, a esperança seja inconsciente, e o amor, limitado?

A Consciência da própria vida, se sabemos senão daquilo que se passa diante dos nossos olhos, e que ainda assim tememos, por desconfiarmos da nossa própria noção de realidade?

A Consciência da morte, se ela é tão infiltrada em nossa mente, e no entanto tão oculta aos mais primários sentidos e faculdades?

A Consciência de Deus, quando Este não se deixa decifrar por um sistema tão arcaico de informações que é a propria

Consciência da Consciência, que nos faz sábios de algo, e é tão obscura quanto a mais longínqua distância do Universo...

Wellington Berdusco
Enviado por Wellington Berdusco em 11/11/2011
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