ESCAPANDO DO INFERNO

Depois de um cotidiano turno de labuta

Adentrei à minha alcova absoluta

E me aconcheguei para repousar,

Me banhei e me aquartelei

Em minha cama me deitei

Com meu anjo a me guardar.

De repente, me vi numa orgia

Estranho! Eu não entendia

Porque eu estava num lugar tão elegante,

Lá tinha iguarias e guloseimas

Mulheres cheirando alfazemas

Tudo parecia muito importante.

Apôs o sétimo aperitivo

Comecei a perceber o perigo

De estar naquele lugar,

Tinha muitas damas de vermelho

E no vazio um espelho

E um contrato a desfolhar.

Ali não havia miséria nem pobreza

Só tinha requinte e nobreza

E num tapeta vermelho sereias a desfilar,

De repente, como deusa surgiu

Uma bela jovem que me pediu

Para um contrato assinar.

Vi naquele contrato lavrado

Que tudo ali era grátis e dado

Só uma coisa tinha que fazer,

Fiquei paralisado com a evidencia

Percebi que a única exigência

Era entregar a alma ao lucífer.

De repente acordei com retinia e ofegante

Me pareceu por um instante

Que eu tinha morrido e ressuscitado,

Percebi que o inferno por mim passou

Mas meu anjo da guarda me guardou

Neste sonho tão mal sonhado.

J. Coelho

José Coelho Fernandes
Enviado por José Coelho Fernandes em 09/10/2011
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