ESCAPANDO DO INFERNO
Depois de um cotidiano turno de labuta
Adentrei à minha alcova absoluta
E me aconcheguei para repousar,
Me banhei e me aquartelei
Em minha cama me deitei
Com meu anjo a me guardar.
De repente, me vi numa orgia
Estranho! Eu não entendia
Porque eu estava num lugar tão elegante,
Lá tinha iguarias e guloseimas
Mulheres cheirando alfazemas
Tudo parecia muito importante.
Apôs o sétimo aperitivo
Comecei a perceber o perigo
De estar naquele lugar,
Tinha muitas damas de vermelho
E no vazio um espelho
E um contrato a desfolhar.
Ali não havia miséria nem pobreza
Só tinha requinte e nobreza
E num tapeta vermelho sereias a desfilar,
De repente, como deusa surgiu
Uma bela jovem que me pediu
Para um contrato assinar.
Vi naquele contrato lavrado
Que tudo ali era grátis e dado
Só uma coisa tinha que fazer,
Fiquei paralisado com a evidencia
Percebi que a única exigência
Era entregar a alma ao lucífer.
De repente acordei com retinia e ofegante
Me pareceu por um instante
Que eu tinha morrido e ressuscitado,
Percebi que o inferno por mim passou
Mas meu anjo da guarda me guardou
Neste sonho tão mal sonhado.
J. Coelho