SANGUE

Ela olhou pro seu sangue

Ele ainda era vermelho

Ela olhou sua imagem

Mas não viu nenhum espelho

Ela gritou por socorro

E de medo gemeu

Implorou por apoio

Nenhuma mão se estendeu

Ela nada entendia

Se sentia vazia

Em pânico sofria

E a ferida doía

Sentia-se completamente sozinha

A ferida novamente doeu

Se sentiu esvaindo

Logo adormeceu

Acordou diferente

Ainda sem nada entender

Observou em meio a tanta gente

Uma mão se estender

Mas nada ainda fazia sentido

De fato ainda não sabia o que havia acontecido

E nem sabe dizer

Quem narrou sua história

Também me deixou sem saber

Mas me disse sereno

O tempo trará-lhe sabedoria

Limpará-lhe o veneno

Tu ouviste a historia

Pra retomar o seu remo

O seu barco é forte

Não o deixe a deriva

Não culpe o azar e nem conte com a sorte

Reme sempre, até que o vento reviva.