DIAMANTES ESTELARES...

Contemplo o zimbório à noite e vejo os diamantes estelares

Enviando-me vibrações sublimes que me extirpam os males,

Fazendo com que eu tenha o bom ânimo e, com isso, renovado

Veja tudo com egrégia visão, e em mim o sentimento instaurado

Dá-me condições de planar acima das vicissitudes desta vida,

E viver por antecipação o que mais almejo, a alegria querida,

Sonhada, buscada em tantos outros avatares e não encontrada,

E é por isso que me sobreponho acima das asperezas da estrada,

Onde, ao longo dos séculos só encontrei muitas misérias humanas,

Resultado de infeliz semeadura onde levei vidas mais que profanas.

Claro é, porém, agora graças ao muito sofrer, sinto-me alguém

Um tanto burilado pelo cadinho da dor onde passei também;

Angústias mil experimentei, forjei o caráter na dureza do sofrer,

E graças a isso, hoje posso olhar e entender as criaturas a gemer,

Pois sei que o caminhar de hoje é do ontem o colher e de semear,

Para no futuro ter menos agruras e ao desespero não retornar...

Todavia, confrange-me o espírito o que vejo nas criaturas:

Leviandades, ilusões, inconseqüências nas atuais vilegiaturas;

Vivem como se não fossem depauperar nem a Terra deixar

E contas com a consciência não fossem nunca acertar;

São inconstantes, só pensam no gozar agora, mais nada,

Fruto da ignorância, da pobreza espiritual intensificada,

Do materialismo que cultivam embora se digam religiosos,

Recitam os salmos, dizem améns, mas, são apenas ciosos

Do orgulho, do egoísmo, da imensa e mais que tola vaidade

Que os fará chorar, lamentar, o tempo perdido em verdade.

Digo isso tudo, pois também já segui nessa infeliz trajetória,

Da qual os efeitos recebo agora, embora já tive até moratória,

Mercê de Deus, porém o que me interessa é tudo expiar,

Para, no amanhã, não ter tanta conta a pagar, nada a quitar.

Esse poder transformador, a mestra chamada dor, me deu

Clarividência, luz, a sabedoria, discernimento me forneceu

E, portanto, com conhecimento de causa posso bem lembrar:

Quem agora vai errar, pense bem, porque depois irá chorar...

PEDRO CAMPOS
Enviado por PEDRO CAMPOS em 16/08/2011
Reeditado em 23/10/2012
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