Crer ou não crer; eis a questão!
Os raios matutinos
esfregaram a vidraça dos olhos,
e a marca da noite não apagou.
O cultor insensato
buscou entre abrolhos,
um cacho, e claro, não encontrou.
Essa loucura de crer,
faz ou desfaz a vida?
Impertinência que jaz à porta;
apontando pra outra,
a loucura que duvida;
mesmo sob a pecha, de loucura morta…
Mas não há ventura em quem cambia,
dando à dúvida, o assento da fé;
Inverte a gangorra da aporia,
muda as vestes o dilema,
avoluma-se, aliás,o problema,
e continua em pé…
Ai o drama é focado
por uma diversa lente:
É mais feliz quem pode acreditar?
Esperança futura,
é dádiva presente…
descrença, é nada aqui, e nada lá…