Retorno
Com sirenes os sons estridentes
varam a noite das ruelas em bruma;
o espoucar das pistolas em mãos inclementes,
projéteis perdidos por entre a chusma,
estilhaços de vidros, bebê perfurado,
o pânico e o medo decidem a sorte
na ronda noturna em busca da morte.
É a sina dos egos que voltam trazidos,
as asas partidas pela reencarnação;
mas a fé inda existe, e mesmo perdidos
rezam seu terço, joelhos no chão.
Buscam refúgio no Mestre e amigo,
aquele da cruz pendurada na porta, escondido,
rasgando, sangrando com pregos nas mãos;
e todos que crêem, por certo verão
o Mestre dos Mestres partindo seus cravos,
abrindo seus braços envolvendo os irmãos.