CAMPO SANTO DA BORDA DO CAMPO

No campo santo,

Lápides de mármores.

Escritos apagados,

Desprezo do tempo.

Via sacra desgastada

Daqueles que querendo santo

Ofertaram suas vidas,

Subtraíram o ‘eu’

Pelo divino ‘nós’.

Deixaram de dizer ‘meus’

Para sentenciarem vós’.

Voz do que clama

No campo santo

Coberto de abandono,

O mato como único manto.

Descansai em paz,

Queridos irmãos,

Neste cemitério

(repleto de mistério)

Bordado do colégio

Da Borda do Campo.

É só vosso este campo santo.

É todo vosso o manto

Que vos borda

Com este mato

Que acompanha

Os quadros da Via Sacra,

Nestas quadras

De eterno descanso.

É nosso descaso,

Perdoa-nos este ato.

Foi vosso,

Agora é nosso

Este cansaço.

L.L. ANTÔNIO CARLOS, 31/01/2011

POEMA 255 – CADERNO: CHEGADA NO PORTO.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 24/06/2011
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