Existência

E porque corre a sombra,

noite sem luz, sem paz,

enfraquece a alma tenaz,

o ser humano deixa de sonhar.

E porque o vento

sopra mais forte e impiedoso,

deitando os galhos

da árvore da esperança,

o ser humano deixa de acreditar.

E porque o temporal não cessa,

fazendo estragos em nosso dia,

jardins encharcados de agonia,

o ser humano deixa de compartilhar.

E porque os gritos soam,

as lágrimas rolam pelos degraus

da existência,

sem piedade, sem clemência,

o ser humano deixa de perdoar.

E porque o inverno insiste

em congelar os sentidos,

em esfriar as emoções,

em permanecer nos corações,

o ser humano deixa de amar.

E, quando tudo parece perdido,

Deus se faz presente

num amigo, na natureza, na poesia,

que envolve o sentido,

surgindo uma nova canção,

um novo amanhecer,

para o espírito voltar a acreditar.

SueliFajardo
Enviado por SueliFajardo em 29/11/2006
Reeditado em 17/12/2010
Código do texto: T304951
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