Um castigo para os que me mandam embora

Famigerada roupagem

Com que me vestem

Sou igual aos selvagens

Uma praga da peste

Insuflada, arruaceira

Feroz , impertinente

Perigosa, grosseira

Pintaram tudo, menos gente

O que mais ouvi na vida?

Não foram palavras de amor

Fui ferida, invadida, medida, distorcida.

Mutilaram meu interior

Chorar eu não sei mais

Também não sei ser personagem

Vender minha alma jamais

Ainda tenho coragem!

Foram muitos os que disseram

Que meu nascimento foi um erro

Esses me perderam

Tiveram meu carinho derradeiro

Alguém disse que o único erro de sua vida era eu

Que tudo fazia ao contrário

Ai como doeu

Meu coração operário

Operária sempre

Não vivo a vida em vão

Mesmo ferida me mostro contente

Sou companheira sem pretensão

Não adianta revolta

O tempo é meu amigo

Todos me querem de volta

Nunca voltar é melhor castigo!

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 20/06/2011
Código do texto: T3046407
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