VIAGENS NO TEMPO II (O DESDOBRAMENTO)

VIAGENS NO TEMPO II (O DESDOBRAMENTO)

Preciso andar a 120,

Pois há sempre vinte conflitos engarrafados

Em gargalos que me impedem voar.

A água do mar me beija os pés no passo seguinte;

E a chuva me refresca a alma mergulhada em tantos

nadas,

Afogada em um oceano de dúvidas que por ora não sei nadar.

As aves voam lado a lado, formando um ângulo correto, num cenário Da Vinci;

Indicando-me o norte para onde devo rumar.

Todavia, a vida toda.

Sempre considerei que o certo é o certo,

O errado... o diabo que repinte.

Diabo...! Desmancho e acabo com tudo que havia montado;

E me vejo todo desarrumado;

Em todas as certezas que julgava acertado.

E agora...?- agora o começo do recomeçar?

Meço, como...? Como que é o recomeço?!

Diante do direito e do avesso...?!

Instante zero, Inércia.

Momento de repouso... Print...!

Minhas células rememoram suas memórias,

Justificando a necessidade de startar.

Visão dilatada,

Percepção melhorada;

Responsabilidade se pressente.

Hora da partida...!

Parto, partido em pedaços,

Juntando as minhas sementes e os meus bagaços.

Revendo toda a bagagem

Que exige a viagem,

Para reaprender a ver

Como verdadeiramente se deve ser.

Pois viver é tão simples,

Basta querer

Tudo o que se tem a oferecer.

Soa o sino no agora olvido ouvinte...

É hora de despertar.

PEDRO FERREIRA SANTOS (PETRUS)

28/11/06...Praia da Barra / RJ