Sem Pai

Este mundo onde vivo

Não é meu;

Sou um raro no museu de vendidos,

Um servo que tem distendido

Os braços que servem a Deus.

Eu sofro no peito castigo,

Um carma esquivo e cruel;

Tem nessa pena sentido?

Mereço um cantinho no céu?

A terra onde piso

Insalubre;

De pestes que sobem em meus pés

É lama fria e profunda, e

Me suga provando minha fé.

As noites daqui não tem Lua,

Os dias perderam o Sol;

O caos passeia nas ruas

E o bem foi rendido pro mau.

Eu baixo a cabeça,

Desisto;

Recito um verso sem letra;

Parado em meio ao caminho

Espero que o guia apareça.

WillDeLamed
Enviado por WillDeLamed em 10/06/2011
Código do texto: T3026141
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