Há uma puta em mim
Há uma puta em mim
De vestido curto e vermelho
De lábios sedosos e vermelhos
De unhas limpas e vermelhas
Há uma puta em mim
De cabelos longos e escuros
De olhos desenhados e escuros
De pele branca e pelos escuros
Há uma puta em mim
De charme
De silêncios perigosos
De desejos ardorosos
Há uma puta em mim
Que se embriaga de vinho
Que veste a indecência
Que ler a consciência
Há uma puta em mim
Que se deita e vem por cima
Que me chama e me ensina
Trama a nossa próxima cena
Há uma puta em mim
Com total domínio de si
De palavras e perversões
Abraços e intenções
Há uma puta em mim
Desejando minha boca
Mordendo-me o pescoço
Passando a mão em minha nuca
Há uma puta em mim
Que me excita e me deixa viril
Espreme-me e me aperta ao seu corpo
Com as pernas entre minhas pernas
Há uma puta em mim
Que insanamente me faz pensar
Com fogo nu a amar
E paixão a nos alimentar
Há uma puta em mim
Que me rouba o folego
Que suspira em meu ouvido
Que me prende e me sente
Ela me deseja por inteiro
Rola-me pelo lençol
Geme com dor e prazer
Entre ósculos e delírios
Faz desse poema
Um gozo precioso...