DEUS ME ENCONTROU

Quantas vezes eu me senti abandonada à própria sorte

carregando uma cruz pesada demais para os meus braços

que muitas vezes cheguei a desejar a morte

para por um fim aos meus tortuosos passos

E eu me perguntava onde estava Deus

que parecia de mim ter se esquecido

porque deixou nos braços meus

um fardo injusto, imerecido

Tantas provações a me causar desespero

e eu já não tinha forças para lutar contra

revoltada, perguntava-me onde estava este Deus

que a minha triste sorte parecia ter deixado pronta

Perdi qualquer gosto pela vida, a minha própria vontade

já não tinha nada que me fizesse crer naquele que chamavam de justo

mas quando cansada e desesperada eu implorei humildemente por piedade

algo me sacudiu e me fez sentir um ser melhor, capaz, absoluto

Naquele momento eu caí de joelhos ao chão

e senti a presença de Deus em todo o meu ser

naquele momento de exaltação eu conseguia compreender

foi a única vez que eu Lhe falei com o coração

Compreendi que não era a cruz que eu carregava que pesava

mas a minha inércia e minha total falta de fé

naquele instante eu senti que a minha cruz Ele tomava

olhei para o céu e me pus outra vez de pé

Fui pequena, valorizando os meus problemas somente

jamais as graças que eu havia recebido ao longo da minha vida

bastou-me crer na força daquele Deus clemente

para transformar o meu desespero em uma paz desconhecida

Hoje eu agradeço a este Deus que eu não procurei

mas que me encontrou e de todas as formas me salvou

e se a morte, por vezes, no desespero eu desejei

peço perdão e vida, para viver o que Ele para mim traçou

Célia Jardim