OBSESSOR
É tanto que o tato não sente o ato
mas de fato que mato
a sede a fome no prato
a dor do espinho no cacto
má fama que ama engana
na cama encanta e espanta
da rosa a cor um pedaço
na taça um tinto viscoso
traz rua um grande arado
encruzilhando a alma em tacos, pedaços
destrinchando a lingua crua afiada em aço
me mate, me coma, me faz um entalhe
a paz que me falta entao nao repare
denode o nó
me enforque o cadaço
não tem criação me afogue no lago
de-me um veneno frio e amargo
um obsessor tornarei afim do encalço.