Meus desertos reversos
 
Meus desertos encobrem santuários,
oráculos inimagináveis.

São vertentes de ausentes confissões
cujos porões libertam
sementes de esperança,
compaixão aos menos sensíveis,

lançam flores e luz de velas amarelas
ao mundo de solidão.

São projetos meus não ateus,
não religiosos, apenas destilados
ao acaso
de alguma aparição da psique que realinha,

alinhava o traçado, a harmonia
de quem descobre esse oráculo,

imbuído no ermo do meu mundo interior,
porém, não é fácil encontrar meus desertos,
e a poucos eles são revelados.

Mui distante dos passados,
eles são antigos, mas reformados!

Como relíquias se apresentam
a quem conseguiu acesso e regorgiza

a grande descoberta de um tributo
aos camafeus de Deusas Rebeldes,

Anjos, Arcanjos, seres de outros seres,
ouvem a lira encantada.

Os meus desertos? Os transformei em templos de alento,
de crenças múltiplas; _ há apenas uma exigência...
Entrem desarmados e sem sapatos,
deixem lá fora amarguras,

extremuras, e olhem o nevoeiro
inalando projeções do bem

não a quem se sabe existir no coração,
mas sim a quem nunca
conheceu-se,
e perdoe a quem algum mal lhe fez.

Lá não é lugar de devoção e sim,
devolução em bem querer, _ em perdão!

Procurem meus desertos, - estão tão perto!
É só querer ver...

Entrar, tirar os maus pensamentos
e crer que além de mim
e de você,
há muita gente precisando de luz,
então...
Já que o achou... Ilumine!
Doe a sua luz, a quem ainda
cego está na escuridão! Ilumine!!

 Edna Fialho

 
edna fialho
Enviado por edna fialho em 04/05/2011
Reeditado em 24/07/2012
Código do texto: T2949379
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