ROSA

ROSAS

Tobias Barreto, 14 de junho de 2008.

Uma sala deserta de paredes solitárias.

Um arranjo de rosas vermelhas sobre a mesa no meio do nada.

Um silêncio de adeus ressoa como promessas do porvir.

Uma face irreconhecível passeia pelos cantos de um lugar sombrio.

Quem será?

Pergunta a pobre alma despertada pela medonha visão.

“Sossega teu peito”. Diz a consciência de quem para estas coisas acordou um dia.

“Não há nada fora de época”. Continuou a voz.

Uma figura cabocla trajada de índio anda de mãos dadas com a morte.

Sorte de quem morre na aldeia perto de Aruanda.

Ali as cinzas são sempre eternas e os irmãos passeiam de manhã.

As rosas delicadas se abrem de alegria ao toque solene do sol; amanhece o dia, e meu triste peito ardia pela vontade de ver com clareza de quem eram aquelas rosas que estavam sobre a mesa.

Sinto cheiro de rosas, de despedida, de saudade, de dor sofrida...

A amiga razão me diz: “É só uma intuição”.

Intuição de rosas...

ROOSEVELT VIEIRA LEITE.

Roosevelt leite
Enviado por Roosevelt leite em 01/05/2011
Reeditado em 22/04/2014
Código do texto: T2942876
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.