ROSA
ROSAS
Tobias Barreto, 14 de junho de 2008.
Uma sala deserta de paredes solitárias.
Um arranjo de rosas vermelhas sobre a mesa no meio do nada.
Um silêncio de adeus ressoa como promessas do porvir.
Uma face irreconhecível passeia pelos cantos de um lugar sombrio.
Quem será?
Pergunta a pobre alma despertada pela medonha visão.
“Sossega teu peito”. Diz a consciência de quem para estas coisas acordou um dia.
“Não há nada fora de época”. Continuou a voz.
Uma figura cabocla trajada de índio anda de mãos dadas com a morte.
Sorte de quem morre na aldeia perto de Aruanda.
Ali as cinzas são sempre eternas e os irmãos passeiam de manhã.
As rosas delicadas se abrem de alegria ao toque solene do sol; amanhece o dia, e meu triste peito ardia pela vontade de ver com clareza de quem eram aquelas rosas que estavam sobre a mesa.
Sinto cheiro de rosas, de despedida, de saudade, de dor sofrida...
A amiga razão me diz: “É só uma intuição”.
Intuição de rosas...
ROOSEVELT VIEIRA LEITE.