Escravo da liberdade
Navegando pela vida
Sete mares percorri
Cada palmo de terra virgem
Senti
Correntezas e tempestades
Quantos ciclones venci
Em busca da liberdade
Corri
Em cada porto uma novidade
Em cada ilha uma esperança
Cada minuto uma saudade
Dos meus tempos de criança
Tempos bons, tempos idos
Quão seriam bem-vindos
Tempos em que existia o chão
Tempos de falsa escravidão
Hoje refém da liberdade
Vivendo de esperança e saudade
À procura de um porto seguro
De uma casa, uma verdade
Até que num porto do oriente
Conheci um velho sábio, valente
E auscultando minha angústia
Assim falou num repente :
"Filho querido e amado
Sei que és corajoso
Correndo atrás do perigo
Tendo o perigo em seu bojo
Mas para achar o que queres
Mais coragem há de ter
Pois os perigos que passastes
São quimeras podes crer
As verdadeiras tempestades
De sentimentos maliciosos
Os ciclones grandiosos
Os mares mais perigosos
Isso tudo está em ti
Navega pois dentro do coração
Suporta as correntes da maldade
Arrebenta os laços da paixão
E conhecerás a verdade"