Aos novos rumos
Psicografado
Andamos os dois errantes, como mendigos andrajosos,
Restruge lá fora o vento, convolvem-se coriscos,
Conjuramos nossas preces em murmúrios lamentosos
E nos juntamos, como primitivos seres, nos apriscos.
Nos sentimos como feras nessa hora,
Acuadas pela sanha do temporal esbravecido
E só esperamos, num abraço enternecido,
O rutilante fuzilar de nova aurora.
Vamos desterrar a sombração que nos enfusca,
Preludiar nosso pluto banquete dos amores
E deixar que a perfulgência que noss’alma busca
Seja um abrolhar eterno dessas cores.
Fujamos da tristura desse promontório horrente,
Levemos ao mar a nossa nau, velas esfraldadas
No brasil dos mastros flaflando mansamente,
Até verdear o céu imbrincado de esmeraldas.