Estrelas
Na solidão das estrelas, círculos parélios oculares
Embaçados pela fumaça e as lágrimas preliminares
Estreitamente contíguas e incontidas no teu testamento
Oriundos do hediondo adeus somado aos pilares do tempo
Desertos soberanos de crepúsculos e luares
De areia branca e cristalina clara - embora sombrios lugares -
Sabujo, avaro e asqueroso feito cães abandonados
Arrastam-se teus sentimentos sentinelas de logradouros abandonados
Pelos castelos abarrotados de dobrões perdidos
Nos dentes de sabre deste mutilado felino
Agonizam teus últimos resquícios de vísceras tripudiantes
Como a incoerência das eras que são e as que foram antes
De todo reflexo no prisma puríssimo da eternidade
Onde todas as almas repousam na glacial iniqüidade
Do que a carne não presente pressente do espírito
Mergulhando cálida e gélida no passado ímpio
A fim de resgatar as relíquias de tua própria vida
Afogadas pelo sangue puro que jorra de tuas feridas
E trazer o prazer de viver a tona pela luz dessas estrelas
Pra que enfim digas sorrindo o quanto adora vê-las...