Semana Santa

Vejam como estou desfigurado

com o rosto envelhecido.

Num madeiro pendurado,

com o coração repartido.

Vejam o refugo da sociedade

e a coroa de espinhos.

Pela intensa maldade

morrendo aos pouquinhos.

Vejam a lança atravessada,

os pregos me segurando.

E Barrabás libertado,

meu corpo a água destilando.

Pai! Afasta este cálice de mim

se for de tua vontade.

Ou então deixe assim

que eu sofra esta crueldade.

No terceiro dia voltarei

Com a missão cumprida.

Nos céus me assentarei.

Eu sou a verdade e a vida.

Helmuth da Rocha
Enviado por Helmuth da Rocha em 14/04/2011
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