Semana Santa
Vejam como estou desfigurado
com o rosto envelhecido.
Num madeiro pendurado,
com o coração repartido.
Vejam o refugo da sociedade
e a coroa de espinhos.
Pela intensa maldade
morrendo aos pouquinhos.
Vejam a lança atravessada,
os pregos me segurando.
E Barrabás libertado,
meu corpo a água destilando.
Pai! Afasta este cálice de mim
se for de tua vontade.
Ou então deixe assim
que eu sofra esta crueldade.
No terceiro dia voltarei
Com a missão cumprida.
Nos céus me assentarei.
Eu sou a verdade e a vida.