LIBERTAÇÃO

Materializam-se duas venerandas entidades

E formulam seus pedidos:

A intercessão junto aos entes queridos,

Situados em região de sofrimento e muita gravidade.

A primeira recebe as filhas do coração,

E comovidas, revelam-lhe a saudade.

Solicita-lhes o auxílio pela piedade,

Ao pai, mergulhado nas águas da escuridão.

Incentiva-as ao labor da tarefa incessante

E enaltece a vida à elas proporcionado

E os anos, entre remorso e sofrimento passados,

Pelo pai, assassino que foi, do sobrinho, pela posse da riqueza abundante.

Matilde, a segunda entidade,

Que aguarda séculos a renovação do filho,

Aceita a ajuda de Gúbio, o instrutor, em auxílio,

Daquele pedaço de seu amor perdido na iniqüidade.

Chefiando perigosa organização maléfica

Amealhou de todos total confiança,

Falanges de espíritos se rendem a sua liderança,

Dificultando qualquer ação benéfica.

A próxima encarnação lhe será corretiva

Tendo-a como devotada mãe mais uma vez,

E conviverá com aqueles que da retidão desfez

Colhendo aquilo que plantou de forma cega e abusiva.

Pelo processo obsessivo, Margarida, outra infeliz,

Pela imantação mental, padece,

Amada filha de Gúbio, de outros tempos, desfalece.

Ao jugo dos verdugos que intencionam-lhe outra diretriz.

E a caminhada ao trabalho se inicia.

Descendo em escaladas vertiginosas,

Dão-se conta do vasto domínio das sombras perigosas

E os gemidos e os apelos a espalhar a dor em tudo que se via.

O ambiente sufocante, trazendo cansaço,

Pela baixa vibração das mentes doentes,

Faz-se necessário uma mudança urgente:

Um adensamento perispiritual, tornando visíveis seus passos.

Um recurso de sustentação: A prece, a oração.

Qualquer desequilíbrio ameaça a calma, a resistência.

O ânimo voltado para Cristo traz a paciência,

Justificando o trabalho para servir na edificação.

Legiões de criaturas deformadas, mutiladas, desequilibradas,

Expiavam coletivamente duras experiências,

Resultado de ações, palavras, pensamentos em pretéritas existências.

Em associações, por semelhanças exteriorizadas.

Filiam-se às mentes desprevenidas do conhecimento superior,

Sugando as energias, as emoções, interferindo na vontade,

E se comprazem na inércia e na ociosidade,

Cura que só o tempo trará pelas vias do amor.

Ao socorro para soerguer estas comunidades,

Constantemente os apelos do Alto se fazem ouvir,

Porém, indiferentes, refratários e incapazes de discernir,

Afastam a ajuda, aguardando nova oportunidade.

Terminada a travessia pelos círculos infernais,

A paisagem altera-se espantosamente.

Palácios, praças bem cuidadas, carruagens conduzidas por escravos e belos animais,

Assemelhando-se as grandes cidades do Oriente.

Deslumbrados com o que a visão oferecia,

Surge figura desrespeitosa em total descortesia,

E passa a inquirir:

___O que fazem por aqui? O que pretende encontrar?

Iniciando assim o interrogatório.

___Fomos recomendados para um contato com Gregório!

E o estranho, um grande casarão passa a indicar.

Surge um homem em longa túnica envolvido,

Desconfiado, questiona surpreendido:

___Vieram da Crosta à muito tempo?

___Sim!

___Já foram examinados?

___Não! Respondem ressabiados.

___E quem os enviou?

___Matilde, certa mensageira, que por este momento sempre sonhou!

Visivelmente em estado de perturbação, dissimula a lembrança,

Reacendendo em todos, a esperança,

De que outros emocionantes fatos os aguardariam desde então................... ¬

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 10/04/2011
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