Passagem

Ó morte onde está teu aguilhão?

Final do destino traçado.

Das batidas do coração

e dos pecados cobiçados.

Ó morte quão afável serás.

No mundo as portas fechadas.

Meu corpo perecerá.

Adeus lindas madrugadas.

Quando tudo é arrebatado

o mal paira no nevoeiro.

Com meu corpo confinado

sentirei dor no espinheiro.

Mim’alma aflita espera

em sonhos que virão.

Quando sairei desta esfera

com as partituras no coração.

Canto minha vida e o sonhar.

Para os céus eu contarei.

Pedindo um feliz despertar

quando daqui me despedirei.

Helmuth da Rocha
Enviado por Helmuth da Rocha em 09/04/2011
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