A gata gótica

A gata gótica

Toda de negro, cabelos prolixos, de botas

e de salto cheia de mistério.

Semblante irônico e sex na entrada do

tenebroso cemitério.

Só com um vulto etéreo de luz póstuma

similar ao vitupério.

Olhar arroxeado penetrante a gata me

arrastava com cheiro de morte e brilho

de diamante.

Por noite adentro eu fiquei estático.

Contemplando seu corpo santo em saúde

mística delirante.

Eu um morto distante, antes do clarão do

dia eu morreria de prazer no mármore

gelado dos já seduzidos de antes.

Feito presa imantada arrastado em seus

braços, fiquei como um morto santificado

pelas garras da gata gótica.

Acordamos no outro lado envenados como

se fosse uma suplica cianótica.

O NOVO POETA. (W.Marques).

http://poetadefranca.blogspot.com/