Quem é isto Poeta?
Olhe aquele arredio, sórdido, ser desgastado
A reconhecer cada manhã, sem pressa, no pascido sono
Onde linhas, aonde ventos, donde mel e flores... Entornando,
Leva-o às margens; e abraçando-o, desfaleçe-o
Como um só vento, no passado passe-o, enlouqueçe-o
Onde sede não sacia; Ó teu ser comum, abandone-o!
E depois acorde, olhe para trás, e sinta-o.
E, pois, quando a morte apressar a procurá-lo,
E, pois, quando ela chegar, abandone-o
Sem voz, sem letras; e morrer não temendo,
Indague a morte do existir àquele isto:
Será o homem-alma que nunca entendeu isto?
Aquele que sentiu assim, que viveu assim; foi isto o poeta.