Quem é isto Poeta?

Olhe aquele arredio, sórdido, ser desgastado

A reconhecer cada manhã, sem pressa, no pascido sono

Onde linhas, aonde ventos, donde mel e flores... Entornando,

Leva-o às margens; e abraçando-o, desfaleçe-o

Como um só vento, no passado passe-o, enlouqueçe-o

Onde sede não sacia; Ó teu ser comum, abandone-o!

E depois acorde, olhe para trás, e sinta-o.

E, pois, quando a morte apressar a procurá-lo,

E, pois, quando ela chegar, abandone-o

Sem voz, sem letras; e morrer não temendo,

Indague a morte do existir àquele isto:

Será o homem-alma que nunca entendeu isto?

Aquele que sentiu assim, que viveu assim; foi isto o poeta.

Luan Santana
Enviado por Luan Santana em 20/03/2011
Reeditado em 20/03/2011
Código do texto: T2859799
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