REFLEXÃO

Nada nos pertence.

Estamos de passagem.

Nossos olhos não são os donos

desta paisagem.

Temos apenas o direito

de ousar, tocar,

reter,

por um breve período

dentro do nosso ser.

Tudo nos é ofertado

como dom, como mérito

e nos é tirado

para que em nós permaneça

somente

a essência

do império.

Império em que reinamos

para vivenciar

as glórias, as asperezas

de uma realeza

que nos foi outorgada

em confiança,

em certeza.

E se do reino nos excluímos,

nos reduzimos.

E se do reino formos escravos

seremos exilados

em nosso próprio reinado.

Tudo se faz no mistério

do mesmo manto que nos cobre.

Na efemeridade do império

todos somos ricos,

todos somos pobres.

(Direitos autorais reservados).

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 05/11/2006
Reeditado em 26/12/2010
Código do texto: T283126
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