O poder da palavra e seu propósito de perdão
A Palavra é poderosa. Isto nos sabemos!
Se não sabemos, basta recordar que está escrito que, no Princípio, Deus disse: Haja a Luz e a Luz se fez!
Ele disse... E continuou a expressar seu Verbo por sete princípios divinos, até que toda a Criação se fez e se perpetuará por toda a geração.
Assim, aqueles que têm em suas mãos a Arte da Criação pela Palavra, ainda mais quando ela se materializa e chega a milhares de pessoas pelos mais variados veículos de comunicação, todos os dias, possuem um poderoso instrumento que tanto pode prejudicar como ajudar as mais diferentes pessoas, nas mais variadas classes sociais.
O que muitos não sabem, ou não procuram compreender, é que a Palavra é, sempre, um verbo de ação e que, portanto, como tal pode ter um sentido de afirmação e outro de negação. Pois, tanto pode atrair como pode repelir boas ou más condições.
Trata-se da "terrível" Lei do Binário e diz respeito à ação e a reação. E, não da do mérito e do demérito, que veio depois da Queda, da Precipitação Primordial.
Sempre - seja pela mitologia ou pela ficção, pela beleza da poesia ou dos simples jogos das palavras de sedução que pretende tocar os corações - a Palavra se relaciona com a Espada, exatamente pelo seu poder, pela sua ação.
Ela é como o bisturi, que tanto poder extirpar para curar, ou ferir para matar.
Quando falamos diante da Natureza, ela se abre para nós e, pela sua condição binária, manifesta o que criamos por nossas ações.
Muitos não compreendem os efeitos desta lei natural e chegam a blasfemar contra o Criador Supremo, como se Ele fosse responsável pela Lei Segunda, criada pela intenção do Primeiro Homem, quando vislumbrou a possibilidade de expressar sua posteridade no seio da Criação e sonhou com a Mulher Primeira, filha da sua própria imaginação.
O que o homem faz com o resultado da manifestação desta Lei, a partir da criação através de sua própria palavra, é que chamamos Carma. Ou seja, e lei terceira que dá origem ao Destino de cada um, através dos ciclos das gerações.
Assim, podemos dizer, também, que a Palavra é toda poderosa e que, por essa razão, condiciona sobre o seu emissor à Alegria ou a Dor, o Amor ou o Ódio, à Paz ou o Tumulto, o Bem ou o Mal.
O homem desconhece, ainda, o seu poder e, também, seu dever, perante a Natureza e seus irmãos.
Tanto que, mesmo quando ora, suplica ou faz uma prece, poder cometer um ato de prevaricação.
Pois, suas palavras podem estar plenas das forças do rancor, do ódio, da insatisfação, da magoa e, até mesmo, das más intenções.
Não é sem razão que o apóstolo Thiago, em sua grande aclamação, suplica pelas bênçãos do Senhor e implora por uma trava em sua língua e uma segurança em seus lábios, para que seu coração não se incline nunca para o Mal e para que ele não justifique nunca suas próprias faltas, buscando em vãs escusas as justificativas de seus erros diante da Criação.
O Homem cria, pela Palavra, seu próprio universo interior, seu destino, suas chagas, suas dores. E, se isto não bastasse, este terrível e eterno poder, por herança de origem, não recai só sobre própria existência. Pois, pode, também, envolver a vida dos chamados inocentes e pueris descendentes, até sua sétima geração.
Assim são nossas heranças, nossos espólios, aos nossos filhos, aos filhos de nossos filhos e seus descendentes, até que se interrompa, no oitavo dia, por um profundo pedido de perdão, nascido na sinceridade de nosso coração.
Outra palavra, de grande poder e divina realização, é esta súplica suprema de Reconciliação que, em suma, é o próprio pedido do Perdão.
Se assim não fosse, não seria a máxima proposta pela última e eterna religião, que clama pela redenção de todos os homens, nossos irmãos.
José Paulo – abril 2008.