A Alma do Poeta
A natureza, ao longo do tempo, forja a Alma do poeta e o torna, aos olhos de Deus, um ser sensível às suas manifestações.
E então, aos poucos, vem surgindo a inspiração, que brota no seu ser como fruto da contemplação.
É resultado, também, de muito estudo, labor e solitária dedicação.
Ela é silenciosa, quase invisível ao olhar do profano, pois se mostra sempre como uma oração de gratidão.
Mas, para a sua Alma sensível, tocado sempre pela dor da piedade e compaixão, é só o resultado da sua própria compreensão.
Descreve, vela e revela, sempre, pela aclamação.
Não procura dar explicação e, sim, criar indignação.
Pois, bem sabe, na sua sensibilidade, que cada homem dever ser fruto de sua própria criação.
Suas palavras, seus escritos, chegam ser, em muitos momentos, como uma sutil canção que encanta e toca coração!
Em verdade, movido pela contemplação, ele só discorre sobre a sua particular comunhão com Deus e a própria Criação.
Jamais tem como saber ou não se os outros o compreenderão, já que cada qual tem seu próprio discernimento e desenvolve sua particular percepção.
Mas, suas palavras, suas aclamações, jamais são em vão!
Já que é um eco que busca sempre a emancipação e propõe, por assim dizer, a necessária reconciliação.
E, assim, como uma suave música que fala direto à alma, suas poesias como outras, também, promovem elevadas emoções.
Seu desejo não é a sutil sedução.
Não espera nada em troca e não quer nenhum reconhecimento ou compensação, razão pela qual esta sempre silencioso e em meditação.
Seu anseio não é senão, sobretudo, a elevação da mente e do coração de seus outros irmãos.
Pois, banhado na Luz da Compreensão, roga que outros, também, desenvolvam um sutil poder de contemplação na busca sincera da real comunhão.
Acredita, com sua alma construída ao longo da encarnação, ser este um direito que levará o homem à sua verdadeira libertação.
Para isto prega, grita, ensina, sempre através de suas palavras, o dever da caridade e da consolação.
E, também, aceita humildemente a eterna acusação de ser culpado pela crucificação do Cristo, no Monte do Calvário, em busca do bem da humanidade e da sua Salvação.
José Paulo – terça-feira, 9 de março de 2010 – Homenagem a alma poética de Eliphas Levi