Portões do Tempo
Abri os meus braços ante os portões do tempo
Apócrifos sentimentos profanos brilham no templo
Outras tantas moléculas decompõem-se
Como esse sentimento deteriorando-se
Dogmática permanece em mim tua figura
Primeira e propriamente dita e redita pura
Mergulho transcendente entre os teus pesares
Em brutas dilacerações inter-dimensionais causares
Dos portões do tempo, vejo-te a banhar-se na eternidade
Destes eternos segundos cálidos primeiro ditos de sanidade
Ao qual devaneias pela ausência de um corpo por abraçar
Essas práticas lembranças que lhe correm a alma a peregrinar
E tua pureza ainda encantadora dureza aos olhos lacrimejando
Fechados para a realidade dura e abertos a pura real idade almejando
A excelência incensada da tua mente insensata e questionadora
Por tais questões incoerentes e tipicamente avassaladoras
As nuvens adornadas do dourado divino dos céus
Ainda em brumas densas e escurecidas pelos apogeus
Anjos canibais da tua luz-guia, pormenores longínquos deste horizonte
Que cobre os ombros das tuas montanhas de segredos e serenos montes
Desta emoção contida pelo teu incógnito medo de ser feliz
Feito verdades honrosas escritas sob a tempestade com giz
Apagam-se vorazmente em voraz mente em criptas distantes
Diz tantos dez tentos, dois intentos dos ímpetos desgastes
Teu coração iluminado e iluminando ferido de espinhos
Sangra os prantos dos teus perdidos e místicos filhos
Sob a chuva fina incessante nos portões do tempo
Prendidos pelos grilhões nos pilares do vento
Poderia enfim buscar algo mais que tua emoção supérflua
Pelos poros dilatados da minha suada epiderme, teu golpe de minerva
Ecoa aos gritos ainda agônicos na imensidão do nosso pensar
Que sentir horrendo vivo sepultas em teu constante ludibriar
Feito uma rufada nas telhas do teu devaneio maravilhoso
Em acordes dissonantes cantas em nó prússico teu gozo
E o coração dispara e salta à boca em pura essência
Fluídicas emoções em plena e total transparência
Ainda por não saberes ao certo quem tu és
É que recorres tanto ao teu sentimento acorrentando-te os pés
Olhando, orando, ornando e honrando tua humana natureza
Em que atua a tua única certeza: a cruel incerteza!
E sobre os céus dos céus e os chapéus dos homens do alto
Caminho pelos caminhos que tornas a visitar em contralto
As estrelas já explodidas giram a milhões de quilômetros marcando os pólos
Gerando suas ondas no espaço, alcançando os tímidos raios de hercólobus
Os candelabros de cada uma das galáxias e seus complexos sistemas
Indecifráveis a mente humana das atuais gerações terrestres e teoremas
Opinam ao fim por não perdurar a perturbar-te neste mergulho na eternidade
Que por orgulho ou mera vaidade decides-te por ti mesmo pela comodidade
De comportar-se feito cão mudo e faminto pelos dias que lhe restam
A buscar as margens de um rio chamado sociedade e os esperam
Destes portões cravados em cada vida que vem ao mundo
Definir-se passado o presente futuro, pseudofruto do teu ser mudo
E teus olhos fitam lentamente o seu ainda belo redor
Que as frases da esperança lhe revelam quase décor
Por esse terno tempo que preveniste e preferiste arriscar
Por afastar-te em crédulos incrédulos de teu mundo circular
Pelos planetas ainda ocultos e pelos cultos ainda cultos
É que ante esses portões permaneço intacto aos vultos
De uma humanidade que não o venha a ver ou ver o venha
Para que haja algum fogo se há de queimar por fim a lenha
E o brilho destes sabres dourados ofusca-te a visão temporária
Dos ciclos e eras perdidos na história dos nômades e faraós
Retirar-te-á enfim tua fatídica e carcomida veste mortuária
Quando desatardes de teu passado esses prússicos nós...