Procura

Se às vezes me embaraço

Me igualo às nuvens no céu

Se sem porquês me despeço

Deixando minha mente ao léu

Hás-de me perdoar...

É que tenho a alma torta

Pelo mundo abandonada

Quase sempre absorta

Em quimeras impensadas

Terás de me desculpar...

As chagas mais sangrentas

Não me tornam maculado.

As maçãs mais suculentas

Não me rendem ao pecado.

Poderás acreditar?...

Se me encontras na estrada adiante

Enganado pelo pó dos caminhos

Verás o eremita errante

Guiado cegamente, em desalinho.

Então irás me ajudar...

Sou apenas a sombra da inocência

Procurando uma razão na existência.