Malacafento

Malacafento

Purulentas vísceras de um animalejo

morto.

Sou o urubu sanguinário e sedento.

Sou mais faminto que malacafento.

Sobrevoei antes de te dilacerar em

meu bico afiado e “bicudo”.

Devorarei a parte quente de tudo sou

a ave das trevas e das ambições.

Não espero por sua parte uma arte ou

uma atuação.

Estás morto torto e já se esvaneceu no

ar.

Sinto seu olhar por perto, mas estou

certo que irá em três dias contados e se

rompera seu cordão de prata.

Os de branco amigos da morte importuna

o levará pro seu lugar arborizado em vida.

Estou comendo suas carniças, suas vísceras,

sua parte quente.

Foi um dia gente, serás agora anjo ou

serpente.

Te como com meu bico que ainda tem

dentes.

Ficará sem vestígio, rastro ou semente.

http://poetadefranca.blogspot.com/

O NOVO POETA. (W.Marques).