FALSO PODER

Águia boba sob a abóbada

Pedestal partido, pedinte, “perene”

Sacudido, movido...serpente prenhe

Frio olho equinocial que treme

Fixo na pedra pútrea, solene!...

Ilusão galopando golpes, relâmpagos

Lampejos apenas, pálpebras pesadas

Visão enterrada

Terra nua, tórrida

Muralhas geladas

Debulhar o Ser

Saber? Ter? “Egoisticer”

Morto! Seco poço,

Túnica única,

Luz anuviada.

Mundo monumental

Mudo, absurdo,

Fala glacial

Alas, salas, salões suntuosos

Construídos... Movediça areia

Peias, pensares ínfimos, lodosos

Obtusos, escuros

Cântaros cheios... vômitos, cântico amoral

Ganância, garra de guerra aguerrida

Poder pobre, podre, pó, só...

Impudico, cínico, fantasiando

A vida entre nós.

Quando ao abismo, cisma, cimo verdadeiro

Névoa... morte impassível

Mira seu Eu ateu

De matéria abarrotado, rota errada

Arrota em sua cara

O seu poder sem poder, se resvala

Cala-lhe a fala

O cheiro do fim, enfim o acometeu

Face inexorável faz-se poder caído

Construído, a queda

E o homem quedo, que medra e herda

Acorda na corda que corta, troca

E o falso poder se perdeu

Estraçalha-se

Atrapalha-se

Piedade!

Verdade:Fronte de Deus.

Vivianna di Castro
Enviado por Vivianna di Castro em 04/02/2011
Código do texto: T2771262