Sombras
É um mistério… verde ilusório
Esperanças vãs… e espíritos nefastos
De palavras rasgadas e gestos gastos
São noites queimadas do luar aceso
Pedras que chovem em versos de sangue
Que esculpo na parede do teu corpo
E vejo-te chegar
Vejo-te na sombra do arvoredo
Na noite que me intimida, não pelo medo
Mas pela fome
Fome de gente
Fome de vida
Sou espírito e alma vã
De corpo podre e mente sã
Lápides no meu olhar
Trespassam a ferida que sugas com desejos
É ardente…
Comovente até…
É fogo e chamas de gelo
É um espelho inclinado, num barco furado…
Além num castelo…
Assombrado…
É da sombra que é tua e das vozes que te guiam
És a noite obscena que me visita
Assobias e fujo na labareda que me apaga de ti
Basta!
É duro demais…
És frio e suo por ti o que não vivo
Nem sinto…
Morri!
Ai...
Lacrima D'Oro