ENQUANTO HÁ VIDA
ENQUANTO HÁ VIDA
Célia Lamounier de Araújo - 1980
Alguém sempre existirá de forma importante
de modo marcante nesta nossa tola vida.
Alguém sempre merecerá de forma sentida
de maneira querida um nosso elogio.
Enquanto há vida, amigo,
ofereça rosas a todos que admira!
E rosas não são somente rosas,
são palavras floridas e elogiosas
são o tempo doado por mãos bondosas
são a alegria e o orgulho pelas vitórias.
Cubra de rosas o ser admirado
para que não sinta o frio desta vida
Cubra de incentivos este ser amado
para que se agigante sem medida.
E rosas não são somente rosas,
rosas são as cores da alegria
rosas são as palavras do dia a dia
rosas são nossa presença fugidia.
Ofereça rosas a todos que admira!
ISTO porque
depois de findo o prazo
da curta convivência...
Para os que ficam
fica uma saudade imensa
um desejo de abraçar e ajudar
um remorso pelo pouco que se deu.
Fica um pranto infindo
pela grande incoerência
de querer dar rosas e,
só agora lembrar quem as mereceu.
Mas para quem se vai
a enfrentar o frio de outra vida
não resta nada...
Nem a beleza ou o perfume
Das rosas e das palmas
que o acompanham
poderá sentir.
Nem a tristeza e a dor
ou as palavras de saudade
banhadas em lágrimas
poderá ouvir.
E de tudo isso fica a certeza
de que enquanto há vida
é que existe muito tempo mesmo
para dar rosas e fazer sorrir.
Ofereça rosas a todos que admira
Enquanto estão aqui!
* * * * * * www.celialamounier,net * * * *
Fundo musical: Loneliness. Este poema foi escrito para a festa Troféu de Gala Ipatinga MG e declamado na Feira da Paz/80; foi poema finalista no Concurso de Poesias Três Corações 1980. Recebeu a Medalha de Ouro no Concurso Nacional de Poesia Brasília 1981, primeiro lugar entre 6218 concorrentes nacionais.
Publicado no livro SIRGAS E ORGANSINS e em várias antologias brasileiras......................