VIDAS SUCESSIVAS
Num rebuscado rococó
Eu me vi em outra vida
Numa regressão sem dó
Era uma moça perdida.
Em prostíbulos vivia
Noites a fio eu pecava
Meu lar era a boemia
Quem pagasse eu amava.
Vestida como princesa
No vício me consumi
Perdi toda a beleza
Jovem ainda morri.
Triste despertar surgiu
Quando me vi noutro Plano
O espírito sucumbiu
Pelo terrível engano.
Séculos se passaram
Num atroz sofrimento
Viciados me cercaram
Grande foi o meu tormento.
Desgarrada mulher
Joguei demais com a sorte
Sem imaginar sequer
Que não se muda com a morte.
Sofrimento insuportável
Clamei ao Céu salvação
Surgiu um Anjo adorável
Me estendendo a mão.
O socorro fez-se então
Minha alma serenei
Depois que aprendi a lição
Neste corpo reencarnei.