Eu, um feto!

Sinto que quero escrever as palavras certas.

Porém, minhas mãos parecem trêmulas.

Pensamentos em turbulência, e a luz,

Onde está? Sinto sua ausência.

Busco desesperadamente relembrar, não sei,

Confusa a mente e lúcida parece, a dor que,

Caleja meu coração e faz sangrar meus sentimentos.

Uma pútrida ferida não consegue fechar-se,

Não há lágrimas em meu rosto. Mãos solícitas,

Pedem, não, elas imploram pra que tudo seja só um...

Pesadelo.

Vejo seres preocupados, com luzes amorosas.

Sinto o cheiro das rosas e o canto longínquo de um pássaro.

Minha visão turva entre o seus olhos sofridos e os meus,

Que permanece inerte olhando pra tudo e reconhecendo o nada.

Um peso emocional me arrebata de perto de ti,

Expulsa meu corpo indefeso e minha alma...

Pena.

Ainda hoje minhas mãos tremem, ao tentar lhe escrever,

Sobre o perdão que quer brotar nesta ferida aberta.

E somente o amor poderá curar á nós dois, mamãe.

Autor Desconhecido

Anne Laskowiski
Enviado por Anne Laskowiski em 05/12/2010
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