Eu, um feto!
Sinto que quero escrever as palavras certas.
Porém, minhas mãos parecem trêmulas.
Pensamentos em turbulência, e a luz,
Onde está? Sinto sua ausência.
Busco desesperadamente relembrar, não sei,
Confusa a mente e lúcida parece, a dor que,
Caleja meu coração e faz sangrar meus sentimentos.
Uma pútrida ferida não consegue fechar-se,
Não há lágrimas em meu rosto. Mãos solícitas,
Pedem, não, elas imploram pra que tudo seja só um...
Pesadelo.
Vejo seres preocupados, com luzes amorosas.
Sinto o cheiro das rosas e o canto longínquo de um pássaro.
Minha visão turva entre o seus olhos sofridos e os meus,
Que permanece inerte olhando pra tudo e reconhecendo o nada.
Um peso emocional me arrebata de perto de ti,
Expulsa meu corpo indefeso e minha alma...
Pena.
Ainda hoje minhas mãos tremem, ao tentar lhe escrever,
Sobre o perdão que quer brotar nesta ferida aberta.
E somente o amor poderá curar á nós dois, mamãe.
Autor Desconhecido