A HORA DA VERDADE
Sonhava a rainha ser ovacionada
No Reino do Céu com toda honraria.
Seu poder, seus títulos assim exigiam.
Olhava para o espelho e exclamava:
__Toda beleza em mim e sobre-humana.
Toda côrte se curva em reverência.
Meu sangue é de nobre descendência
Reinarei eternamente como soberana!!!!
Assim sou entre as criaturas,
E assim chegarei ao Reino do Céus.
Domínio, escravidão: Este é o meu papel
Coração a ser talhado como pedra dura.
A luz da ilusão se apaga
Outra se acende: a da Grande Verdade.
A consciência mostra a realidade
Reduzindo tudo ao pó, ao nada.
De olhos bem abertos se surpreende:
__”MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO?
Estarrecida, suspira profundo:
__Tanta humilhação impus à tanta gente!
__Esperava ser aqui recebida,
Como verdadeira rainha que sou!
E a surpresa me revelou:
A verdadeira posição por mim merecida.
Aqueles, na Terra, tão pequeninos,
E que tanto eu os subjugava
Observam-me em posição privilegiada.
Humilhada estou, por tanto desatino.
__”Quem fostes, que posição ocupastes”?
Não houve cobrança...
E sim, aquelas que feriram como lança:
__”Quanto bem fizestes”?
__”Quantas lágrimas enxugastes”?
Vivemos correndo atrás dos bens materiais,
Conquistas passageiras, superficiais.
Cegos na direção.
A nobreza de sentimento, a humildade,
Nos exaltará por toda a eternidade,
Onde ficará depositado o tesouro do nosso coração.