A HORA DA VERDADE

Sonhava a rainha ser ovacionada

No Reino do Céu com toda honraria.

Seu poder, seus títulos assim exigiam.

Olhava para o espelho e exclamava:

__Toda beleza em mim e sobre-humana.

Toda côrte se curva em reverência.

Meu sangue é de nobre descendência

Reinarei eternamente como soberana!!!!

Assim sou entre as criaturas,

E assim chegarei ao Reino do Céus.

Domínio, escravidão: Este é o meu papel

Coração a ser talhado como pedra dura.

A luz da ilusão se apaga

Outra se acende: a da Grande Verdade.

A consciência mostra a realidade

Reduzindo tudo ao pó, ao nada.

De olhos bem abertos se surpreende:

__”MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO?

Estarrecida, suspira profundo:

__Tanta humilhação impus à tanta gente!

__Esperava ser aqui recebida,

Como verdadeira rainha que sou!

E a surpresa me revelou:

A verdadeira posição por mim merecida.

Aqueles, na Terra, tão pequeninos,

E que tanto eu os subjugava

Observam-me em posição privilegiada.

Humilhada estou, por tanto desatino.

__”Quem fostes, que posição ocupastes”?

Não houve cobrança...

E sim, aquelas que feriram como lança:

__”Quanto bem fizestes”?

__”Quantas lágrimas enxugastes”?

Vivemos correndo atrás dos bens materiais,

Conquistas passageiras, superficiais.

Cegos na direção.

A nobreza de sentimento, a humildade,

Nos exaltará por toda a eternidade,

Onde ficará depositado o tesouro do nosso coração.

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 04/12/2010
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