Clamor
Peço-te perdão do que sou.
Peço-te perdão do que me acham.
Nunca fui de mal algum.
Nunca fui o que me quiseram.
O que vivo é amor.
O que eu não tenho é a vida.
O que escrevo é o meu temor,
a minha pobre solidão.
Eu sei que tenho muitos amores,
mas me falta muito ainda.
Em seu jardim há muitas flores,
mas no meu há um vazio
que eu tanto busco completar.
Não me tente compreender
porque nesse mundo eu não estou,
apenas ando a vaguear
por completar o que eu não fui...
(Poeta Dolandmay)