Poetas são anjos...
Todos os dias, no mesmo horário...
Estava ela a espera da Inspiração...
Vistia-se de branco,
Como um verdadeiro anjo...
As badaladas dos ponteiros,
Soavam como sons de valsa...
Com o tinteiro e o pincel em mãos,
Fazia rabiscos de amor...
A medida em que se desenrolavam
Os primeiros quartetos...
Sentia-se voando leve
Por cima de um rio argênteo, cintilante...
Seu vestido reproduzia os murmúrios
Do vento, que de outras estações, fazia...
Sussurros de sofrimento, lamúrias...
A espera do amado...
Suavemente, caminhava em direção à sina...
Uma escada obscura, cercada por nuvens carregadas...
No final, um brilho intenso...
O reencontro...
A medida em que caminhava...
O clímax e o desfecho da poesia,
Desenrolavam-se...
Mas, motivada persistia...
Apatetada estatiza-se...
Diante da beleza daquela lua cheia...
Coberta de brilho...
Resplandecendo beleza...
Sensibiliza-se...
E, sem forças para continuar...
Desperta do sono profundo...
Ávida ao firmamento de um novo dia...
Onde o espetáculo reiniciará.