Vegetais

Na mata, os vegetais

Colhidos no meio da noite

Despontam na madrugada fria

Regados com o fel da língua

No meio de tantos arbustos, os homens transformados

Crescem em segredo

E o ocaso transplanta a luz dos olhos opacos

Sem sentir, chega a manhã, e junto a ela o despertar dos vegetais

Dentro de cada um há um silêncio instantâneo

Para berrar na nova noite que aponta.

Julia Rocha
Enviado por Julia Rocha em 23/10/2010
Reeditado em 04/12/2010
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