Apenas Fui

Vem fica aqui não se vá, repouse em meu colo teu árduo caminhar, teu dolorido penar, teu expiar a magoar as já ardidas chagas deste teu sangrar, coração cansado dilacerado a se rebelar contra a dor da jornada extasiando o próprio cansar;

Vem fica aqui não se vá, deite em meu leito, tenho histórias para te contar, quero relembrar teu gargalhar, o teu pueril sonhar, quero rever o brilho de outrora em teu olhar a mirar novas possibilidades que hás de ainda galgar;

Vem fica aqui não se vá, não desanime, sorriremos das travessuras de quando meninos, ingênuos desatinos a embalar nossas vidas sem a demasiada complicação, sem sofridão, sem percalços transmutados em decepção;

Vem fica aqui não se vá, não sabes onde irás pousar, deixar eu te ninar, te acarinhar ,fraternal consolação ao meu desejoso coração ansioso tão somente do calor de tuas mãos, na imensidão nostálgica ciente que o tempo só trará a conformação;

Vem fica aqui não se vá, me fala os teus atuais devaneios, teus buscares e relampejos de qualquer abstração, de concretismo ou de desejos, não parta sem qualquer satisfação, deite em meu travesseiro, quero chamá-lo de amado irmão;

Apesar de tanta súplica em tê-lo por perto, foi ato vão, rumastes para outros percursos o tempo foi algoz vilão, te encontrei em sonho em meio a um clarão, renovei minhas forças ao ouvir com emoção,minha irmã eu apenas fui me acesse com o coração.





Dedico esta poesia à dor de uma amiga e à bruta separação, Celêdian, uma ode, minha consolação.



 
O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 18/10/2010
Reeditado em 25/09/2013
Código do texto: T2562862
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