(O jardineiro pintura à oleo Pukka)
O Jardineiro Da Luz

Calos com humus ofertando vivificação, daninhas chorosas decepadas com exatidão, rosas esplendorosas elixires contra decepção, água que escorre anunciando a nutrição, carícias doadas mescladas a dedos sãos;

Olhos treinados procurando sofridão, as orquídeas se isolam observando a mansidão, aragem coesa solo fértil por provocação, os gerânios se enamoram com o cuidar constante do chão, as borboletas saltitantes imploram por atenção;

Inebriante labutar, manter perene é sua missão, os girassóis apontam o sol é o belo presente que dão, retribuindo toda e a de sempre salutar dedicação, gotas de suor misturadas com compensação;

As margaridas evocam aromas sem distração, as papoulas em cores absorvem o calor das simples mãos, violetas e as tulipas anseiando a energização, para o guru já cansado com o tempo audaz vilão;

Há alguns dias seus afagos ausentes dão lugar a sequidão, as bromélias descontentes vertem pétalas tristonhas ao chão, as flores do campo vergam e choram sem a aparição, os perfumes de outrora se transmutam em odor vão;

A chegada de um beija flor ameniza a aflição, sorrateiro de flor em flor esclarece a situação, o amigo de todas horas rumou para outros chãos, avisou que estão com ele aflorando em seu coração, e que hoje a seiva que o nutre naquela imensidão, foi o labutar com amor, e se há espinhos não vingarão, a fé trará bonança disfarçada em outras mãos.

 
O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 09/10/2010
Reeditado em 17/11/2015
Código do texto: T2547364
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